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segunda-feira, 5 de abril de 2010

chave de ouro

Já é Abril.
Já é Abril caralho!!! Desculpem meu francês... mas estou freaking out. Em menos de um mês estarei de volta ao Brasil de mala, cuia, laptop e uma mudança inteira.
Essa etapa de encerrar tudo por aqui além da trabalheira normal está me presenteando com imensas oportunidades e alegrias. Doismiledez está fechando com chave de ouro minha passagem por Chicago. Sinto que estou finalmente colhendo tudo que plantei artisticamente nesses meus oito anos aqui.
Semana passada gravamos um cd para o TerraMysterium. Até isso. Eu agora vou ter um cd... Com a minha voz registrada em várias músicas... Eu nunca poderia imaginar uma coisa dessas. Eu agora também cantora! O grupo está super chateado com minha partida, mas eu poder levar esse cd e deixá-los com essa memória da minha participação é muito legal. Terminamos de planejar o show de Setembro quando o TM vai fazer parte do Chicago Fringe Festival. Vai ser uma adaptação moderna dos mistérios de Eleusis, contando a história de Demeter e Perséfone. Eu seria a Perséfone deles...
Junto com a alegria de ir embora, voltando pras minhas origens - algo que eu desejo há muitos anos, agora bate também a tristeza de deixar pra trás o que eu construí nesse lugar, que de certo modo, é minha casa também.
Em julho e agosto o TM vai fazer também alguns festivais, e isso está me deixando meio nervosa, seriamente tentada a dar um jeito de escapar pra cá e participar. Paciência. Minha energia vai ter de estar totalmente focada na minha nova vida pelo menos por um tempo.

Essa semana agora são as últimas reuniões com o Teatro Luna finalizando o script de "Generic Latina 2010". A peça já começa a ensaiar com as atrizes na semana que vem!
Tem pelo menos dois textos meus ali: um sobre como eu pequena sonhava em ser escura como minhas tias e achava o máximno o poder feminino das três tomando sol, bezuntadas de nude bronze nos anos 70; e o segundo texto desfazendo o mito da Brazilian bikini wax, que faz os americanos acreditarem que todas as brasileiras retiram cem por cento dos pelos pubianos (e outros) numa depilação. O espetáculo estréia em junho quando já estarei em São Paulo. Fico chateada de não poder ver o resultado, mas elas me garantiram que conseguem uma cópia do vídeo de registro que elas sempre fazem. Aqui à direita estou eu e Miranda Gonzalez, que vai dirigir o show.


O processo está sendo divertido, rico, e de um super aprendizado pra mim. Elas tem um modo muito particular de trabalhar e escrever em ensemble, sempre partindo do autobiográfico . A companhia está fazendo dez anos e esse Generic Latina é uma revisão do primeiro show que elas escreveram e encenaram.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

luas e guaxinins

Raccoon é Guaxinim!!!
Rodrigo meu marido a vida inteira ria-se de minha mania inevitável de puxar um Atlas ou um dicionário todas as vezes que recebíamos visitas e algum lugar geograficamente desconhecido para mim era mencionado, ou havia alguma dúvida quanto à ortografia de uma palavra.
Pois bem. Adeus atlas, adeus, dicionário, adeus enciclopédia e hello iPhone. Agora quem puxa um amansa-burro pra tirar toda e qualquer dúvida de todo e qualquer assunto é ele.
Tão interessante isso do ser humano, de tirar onda da mania alheia até entenderer o prazer que fomenta tal comportamento repetitivo, decidindo adotar a mania, sem mesmo dar-se conta disso.
Portanto, durante um jantar em que pintou a dúvida cruel de se o Brasil tinha ou não raccoons, achamos o exato bichinho goggleando no iPhone, e é um guaxinim, puro e simples. :)

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Teatros e luas
Acabo de terminar minha primeira peça sob encomenda. Encomenda sob pressão, porque tem de ser entregue até dia 9 para concorrer a uma vaga no festival dos dez anos do Teatro Luna aqui em Chicago.
Chama-se Reveillon, com um total de 10 minutos de produção, no elenco, duas mulheres em torno dos 30 anos se preparando para, é claro, um Reveillon. A peça é em inglês com algumas palavras em português, e encerra com uma linda imagem das duas largando flores e oferendas para Iemanjá e a lua cheia na beira da praia.
Bem Brasil, bem latina e espero que seja aceita. Agora é entregar e cruzar os dedos, ou rezar para Iemanjá.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

corte brilhante


TERMINEI!!! Terminei minha primeira peça completa. Ficou meio curta, com 45 páginas, mas acredito que renda um tempo de montagem de uma hora pelo menos, dependendo do diretor.

Estou feliz, orgulhosa, bem boba mesmo.

Quando vi a impressora cuspir a página-título, cheguei a chorar de emoção, e segurei meu texto no colo com o cuidado de quem recebe nos braços um recém-nascido... Meu bebê.... meu script.

"Brilliant Cut" é o nome dessa comédia que envolve um bicho empalhado, uma rede de ladrões de artefatos de museus, um par de gêmeas, corações partidos e uma sacolinha de diamantes.

Como faço parte do playlab (laborátorio de dramaturgia) do Teatro Luna, a peça vai ganhar uma leitura de mesa oficial, aberta a convidados no final de Fevereiro. Daí em diante... vou fazer as mexidas necessárias e começar a batalhar pra ela ser produzida.

Se a receptividade for boa, acho que eu arrisco uma versão em português, só vou ter que encontrar um animal brasileiro que seja um bom substituto para um raccoon!!!

O próximo projeto é sentar e escrever umas páginas para concorrer no festival de dez peças em dez minutos para celebrar os dez anos do Teatro Luna. Tenho que entregar minha proposta até 9 de fevereiro - aaaaaaaaaahhhhhhhhh! Socorro! Se for escolhida, vai ter cast, diretor e encenação garantida em junho desse ano.

E, é claro... eu tendo de cumprir um deadline sempre me leva a ser criativa com outras coisas... Agora não consigo parar de pensar numa nova peça, nada a ver com o projeto de dez páginas. Essa vai ser longa com três casais cuja história vai precisar de dois atos pra ser contada.

Foco Petrucia!

Concentre-se mulher!

Por que é tão difícil a gente terminar uma coisa para aí sim começar outra?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

eu não peço desculpas

pois nem adianta. Ando calada mesmo. Como falei antes, o fim do ano foi complicado. Doismilenove me destroçou com suas garras e não me largou até os últimos segundos do dia 31. Mas agora chega! Bola pra frente.
Aos poucos colo com cuspe, papel machê, tenaz e chiclete meus pedacinhos partidos. Me recomponho e vou me transformando em quem eu tenho de ser.
Afinal, não é pra isso que servem esses aparentemente intransponíveis obstáculos e quedas da vida adulta? Um impulso para desabrocharmos nas pessoas ainda mais fantásticas que temos de nos tornar? Com uma colorida e única história pessoal, com todos os elementos que nos tornam mais ricos e mais humanos?
É isso.
Aceito e recebo minha história como ela se revela pra mim. Faço limonadas e omeletes enquanto tramo e teço grandes mudanças para 2010.
A neve cai com fúria. O que parece impossível, já que neve é doce, lenta e suave, mas abafa os sons como só ela. O manto branco cobre a cidade e os fios de luz. O raspar das pás limpando as calçadas é o único som quebrando o silêncio pesado dos flocos.
Nesse silêncio externo, busco a minha clareza para terminar uma história e começar outra. Estou falando de peças, estou falando de teatro.
Tenho até semana que vem para concluir um script que comecei a escrever em março passado. E até fevereiro para escrever uma peça curta de 10 minutos para concorrer num festival.
Mãos ao teclado!
Dedos ágeis feito beija-flores beijam teclas derramando na tela as imagens palavras que borbulham dentro de mim; enquanto minhas gatas imploram minha atenção entre colos e miados que não atrapalham, mas sim aliviam e nutrem meu trabalho com esse afeto tão especial e tão inexplicável que só acontece inter-espécies.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Luna cool

comecei meu laboratório de dramaturgia organizada pelo Teatro Luna.
Uma vez por mês vou sentar numa mesa com Latinas para lermos nossos textos, trocar apoio mútuo e cobranças também. O ambiente perfeito para uma pessoa com sérias deficiências disciplinares como eu!
Lemos duas cenas da peça que comecei na aula do Chicago Dramatists e elas curtiram muito. Acharam com potencial ótimo... personagens super claros e very entertaining.
Decidi que preciso concluir ao menos uma das peças que tenho começadas. Um dos meus professores do Dramatists disse que a diferença entre um dramaturgo com textos montados e um sem textos montados é que o primeiro termina os textos. :)
Mas o que mais me chamou atenção com as meninas na terça-feira foi justamente a questão cultural.
Veja bem, eu estou acostumadérrima a grupos de mulheres. Faço parte de um women circle, que são grupos espirituais e acabei de fazer um espetáculo com 16 mulheres que ensaiam juntas desde Fevereiro. Ou seja.. não me falta experiência de participar de reuniões e grupos de americanas.
Mas... bastou eu chegar na sala e dividir a mesa com outras latinas e, imediatamente, me veio toda a familiaridade que sempre senti nesses grupos no Brasil.
Imediatamente, há um interesse na vida das pessoas, conta-se coisas íntimas que evocam compreensão de quem escuta, e um sentimento simplesmente de estar em casa!
Eu me senti em casa num grupo de dez mulheres onde eu apenas conhecia uma delas.
De certa forma, fiquei chocada com isso. Mas um "chocada" bom. Chocada feliz.
Chocada, porque me dou conta que de algum modo eu me americanizei um bocado e fui ficando impessoal, evitando essa intimidade imediata que a gente estabelece no Brasil e, pelo visto também em toda a América espanhola.

terça-feira, 14 de abril de 2009

mais um par de asas

Comecei um curso de dramaturgia. Para escrever dramarturgia.
Há uns três anos já que eu venho entretendo essa idéia. Aliás, tenho três peças já começadas, duas no computador e uma na minha cabeça. Isso sem contar um roteiro de longa que estou ajudando meu marido a escrever.
Enfim... essas coisas todas, essas histórias todas ficam povoando a minha cabeça, mas sendo über- indisciplinada, não sento no computador e abro meu final draft pra escrever.
Minto, tem uma peça com já 12 páginas, um belo começo e a promessa de uma história bem intrigante, onde empaquei. Não sei por onde ir. Depois que comecei a escrever a trama mudou... começou a me levar por caminhos que eu não estou sabendo acompanhar - e também morro de medo de fazer qualquer coisa piegas.
Depois então de três anos de muito debate interno, tomei coragem e me inscrevi no Chicago Dramatists. Uma vez por semana tenho aula, para me instrumentar, para fortalecer meu processo e exercitar a arte de escrever.
Estou vendo aí uma grande possibilidade pra mim. Primeiro eu tinha medo de começar a escrever, 'garrar gosto' e acabar parando de atuar. No entanto, tenho mais e mais lido blogs de colegas atores que também escrevem, e isso me estimula.
Ainda não posso sequer pensar em escrever algo para mim mesma. Assim que me imagino num determinado papel, imediatamente, pinta uma censura. Começo a editar minha criação. Acho péssimo isso. Quero que meu escrever seja meu escape, o terreno para a expressão desvairada da minha criatividade. Óbvio que pretendo lapidar e editar, mas não dá pra fazer isso enquanto acesso o lado rico da minha psiquê, sob o risco de empobrecer meus temas. Cada coisa a seu tempo.
Antes de tudo, preciso parir essas histórias. Tirá-las de mim. Assim, do lado de fora, posso avaliá-las, analisá-las e decidir se elas tem condição e qualidades para irem adiante. Talvez algumas delas simplesmente precisem vir à luz para abrir espaço para outras histórias aparecerem. Ainda não sei. Mas agora estou decidida a descobrir.
Também me dei conta de uma coisa maravilhosa: escrever é um ofício que vai aliar minhas duas formações, combinando de forma absolutamente complementar, o jornalismo com o teatro, a arte de escrever com a arte de interpretar.