sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Estrelas Esquecidas

Em 2007 participei de uma criação coletiva com o Studio da Moving Dock de um espetáculo contando a história das primeiras mulheres astrônomas do Harvard Observatory, que começaram a trabalhar lá como 'computadoras' , calculadoras de estrelas, no final do século XIX.
Este é um trabalho muito querido pra mim porque ajudei a escrever e a contar a história dessas mulheres que tomaram uma pequena brecha e abriram portas para todas as mulheres cientistas.
A Moving Dock acaba de ganhar um prêmio de ciências, uma verba para montar o espetáculo completo e eu estou felicíssima com isso.
Como apenas eu e mais uma colega do cast original estamos disponíveis para essa próxima fase, a companhia está fazendo auditions para o elenco, totalmente feminino.
Domingo eu estava lá, ajudando, acompanhando e assistindo os grupos que vinham fazer o teste. Foi mega interessante. Cada grupo tinha uma dinâmica diferente.
Eu nunca tinha assistido auditions antes, e a experiência é inesquecível. De assistir minhas colegas dando tanto de si, com suas inseguranças e também sua arte. Bonito.
A notícia do prêmio que Unsung Stars (nome do projeto) recebeu saiu também na mídia.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

teatro brasileiro em Chicago



A Cia. Triptal de São Paulo está participando de uma série de espetáculos de textos de Eugene O'Neill promovida pelo Goodman Theatre.

Além da Triptal, tem uma outra companhia estrangeira (Toneelgroep de Amsterdam)participando desta série que se propõe explorar a transposição dos textos de O'Neill dentro de uma visão do século XXI.

Fui conferir "Zona de Guerra" este fim de semana e fiquei encantada com a visão do diretor André Garolli sobre o texto.

A performance tinha legendas projetadas em inglês, e eu e meu marido éramos, acredito, os únicos brasileiros na platéia.

Depois do espetáculo, ficamos conversando com André, e foi uma troca ótima. Eu confessando que acho o teatro em Chicago em grande parte entediante por sua sempre preferência pelo realismo, e ele comentando que as vezes no Brasil a fisicalidade é tão grande que fica trabalhoso tirar os excessos quando se quer uma estética mais realista mesmo.

Foi uma delícia ter ido assistir Zona de Guerra, e tenho certeza que está sendo muito bom para artistas daqui poderem também testemunhar estas outras visões e formas de trabalhar.

A platéia do Goodman adorou e não parava de aplaudir. Acho que pra eles também é refreshing poder assistir alguma coisa que foi preparada com mais tempo, e não com os ensaios a toque de caixa de três a quatro semanas apenas que a gente tem aqui.

Eu especialmente curti muito um tableau na abertura que remete direto ao Guernica do Picasso. André contou que esta cena tinha justamente surgido de uma improvisação durante os três meses e meio que eles tiveram pra ensaiar.

Eles ainda vão fazer "Longa Viagem de Volta pra Casa" e "Cardiff" aqui no Goodman e estão adorando a recepção que a equipe do teatro está dando pra eles, em termos de apoio e acomodações. Mal sabem eles que isso de forma alguma é a regra aqui na cidade e que eles estão tendo a sorte de terem sido convidados por um teatro com tantos recursos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

26 negativos

é a temperatura lá fora. Preciso dizer mais?

O portão não abre pra sair com o carro.


Estalagtites se formam na varanda dos fundos.

















O horror do gelo junto à porta e cobrindo a tomada.

Exaustão de lidar com os elementos.
Ao menos alguém está curtindo todo este gelo.



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

slumdog millionaire

Por que mesmo que Slumdog ganhou o prêmio de melhor filme no Golden Globes?
Fui ver e não entendi o motivo...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

saindo da toca



Hoje tive que praticamente desenterrar meu carro para poder sair na neve. Assim são os perrengues do inverno.


Ontem no entanto, levamos minha cunhada e sobrinho para visitar Milwaukee. A gente adora levar visitas lá por causa do fantástico, fabuloso, incomparável prédio do Milwaukee Art Museum, projetado pelo meu arquiteto favorito: Santiago Calatrava.
O museu em si é uma obra de arte.
Esta vista ficou meio 'branco sobre branco' (ainda mais contando o meu casaco), mas geralmente a visão do museu é mais impactante, com um céu azul atrás e um lago Michigan menos congelado.
As asas do teto do prédio são na real uma estrutura móvel que abre e fecha regulando a luminosidade e o calor internos. Tem até nome, as famosas asinhas, 'Burke Brise Soleil'.
As formas e a cor me remetem a gaivotas ou um barco, o que integra perfeitamente com a localização. A construção é tão orgânica e sensorial, que me sinto num templo sempre que entro lá.



Na entrada tem uma obra do Chihuly, um artista que faz coisas geniais em vidro. Ele é craque em fazer interferências em espaços não convencionais, como estufas de plantas ou muradas e jardins de castelos europeus. Sempre que vejo uma peça dele, não consigo deixar de sorrir.
Me traz uma alegria ver tanta cor em formas que lembram coisas de infância, canudinhos, balões torcidos, minhoquinhas coloridas...
Mas o preço não tem nada de lúdico. Em Las Vegas, dentro do Bellagio tem uma loja dele. Um prato-flor - daquelas peças que a gente colocaria numa mesa de centro - com uns 20 cm de diâmetro custava mais de quatro mil dólares. Mas, quem sabe, um dia eu possa ter um Chihuly em casa.