terça-feira, 30 de dezembro de 2008

o ano em que eu não fui

Entre as minhas variadas atividades mora uma paixão pela astrologia. Faço mapas, dou consulta, mas às vezes esqueço de usar pra mim mesma.
No quesito previsões, sou ótima de trânsitos, mas não sou muito boa de revolução solar. Falta estudo e prática.
Mas agora fui fazer a revolução do meu marido, já que vai passar o aniversário dele no Brasil, e aproveitei para revisar a minha de 2008 pra ver se achava sinal de alguma melhora a partir de junho de 2009.
Então na minha revisão que envolve o período de junho de 2008 a junho de 2009, estou com o que se diz em astrologuês, um ascendente na casa doze. Numa apostila minha, achei a seguinte anotação sobre o assunto:

"Ano para aprender a me despachar e reestruturar, abrir mão do controle. Neste ano a sensação que a pessoa tem é de que está presa e é inocente. Convivência em hospital ou prisão. Aceitar a vida como ela é. "

Depois de ler isso, minha única reação possível foi uma gargalhada fenomenal.
Como pude perder este textinho de vista? Ele resume exatamente meu ano. A lista infindável de regras, as mudanças inacreditáveis de hábitos, a falta de vida Um ano dedicado a saúde incluindo muitas idas a hospital, um ano em tentei controlar tudo por não poder controlar nada. O ano em que investi tudo num projeto e dei majestosamente com a cara na parede. Um ano em que eu não fui.

Sei que não sou, mas neste momento me sinto perdida e impotente. Como se o mundo fosse um monstro com uma bocarra imensa que vai me engolir inteira se eu ficar parada onde estou um instante mais que seja.

Um comentário:

Costurada para dentro disse...

Que demais, Petrucia! Eu também gosto de astrologia, mas não sei traçar mapas. Sei bem como é esse monstro, e as vezes ele me ataca usando uma estratégia diferente: cola nos meus calcanhares e não me deixa parar de correr, quando tudo o que eu quero é fazer nada por dias a fio.
Adoro o seu blog: tão feminino e sensível sem ser "mulherzinha", sabe?
Um abraço pela irmandade que nos dá a Grande Mãe.