segunda-feira, 27 de abril de 2009

verde aos pulos

Spring quer dizer primavera, mas também quer dizer 'mola', ou como verbo, 'saltar'.
Não podia ter um nome mais perfeito essa estação por aqui. Vide a progressão geométrica do reaparecimento da vida nos últimos dias.

Sábado 18 de abril
árvores sem nenhuma folha
Daffodils florescendo

Segunda 20 de abril
árvores começando a mostrar folhas

Terça 21 de abril
Dentes-de leão florescendo

Quinta 23 de abril
Magnólias em flor

Sábado 25 de abril
Tulipas em flor

Segunda 26 de abril
árvores com folhas: 30%!!!!!!!!!

Números de dias com pancadas chuva na última semana: 6
Temperatura máxima da semana: 30C!!!!!
Temperatura mínima: 4C. :(

Essa oscilação da temperatura tá fazendo um monte de gente gripar, e agora com o pânico extra que possa ser gripe suína.

Eu não me importo com as chuvas, desde que elas tragam dias quentes. :)
April showers bring May flowers.

terça-feira, 21 de abril de 2009

meu amigo google

O Google é meu amigo e manda vários visitantes pra cá. :)
Aqui estão algumas buscas reais, repito: reais, que trouxeram pessoas para esta página:


“FALA PARA UM TEATRO COM FANTOCHES FALANDO SOBRE FAZER O TESTE DO PESINHO”

Com todas essas maiúsculas dá pra ver que a busca é urgente. O teste é de pesinho de peso? Daqueles de balança? Ou você quer dizer teste do pezinho, de pé? Porque se for, aí, além de procurar por falas, devia também se dedicar um pouco mais à escrita, ou seus fantoches vão ensinar coisa errada para população.

“a onde eu encontro o peça da green”

Não sei. Não faço a menor idéia. Se você a char e for boa, me a vise.

“slide sobre comida de doente como por exemplo a sopa”

Por que ainda essa mania de achar que sopa é comida de doente?!!! Gente! Por favor, chega disso. Chá e sopa podem ser delícias sofisticadas para paladares de bom gosto e merecem ser apreciadas em qualquer estado de saúde. Tenho dito.

“como analisar um filme chamado um golpe do destino”

Essa não parece ter vindo de algum estudante preguiçoso querendo achar a lição de casa pronta na Internet?


“coseira pes e maos e neosaldina”

Sim, se você tiver uma reação alérgica à Neosaldina vai ter coCeira nos pés e mãos. Coseira não sei bem do que se trata, mas mesmo assim, saia do computador e vá ao pronto socorro. Agora!

“fiz amor com meu avô”

Sem palavras. Se você fez amor com seu avô e está procurando conselho psicológico não vai achar aqui. Nem em algum outro blog. Recomendo urgentemente uma visita ao psiquiatra.

“m e y palavras doidas para colocar no orkut”


Essa é bem específica. E pro orkut? Não perca seu tempo. Quer um conselho? Se você precisa forçar a barra pra ter algo criativo no seu perfil é porque naturalmente não tem esse instinto doidinho que procura. Fazer pose de descontraído e maluquinho é o tipo da mentira que tem perna bem curta.

“quais as transformações que ocorreram na pratica de ensino do professor Matty no filme escola da vida”

Será a mesma pessoa que queria a análise do ‘golpe do destino’? Uau. E veio parar aqui... De novo. Pode até ser que eu fale de algumas transformações, mas são geralmente de cunho pessoal. Não sei se falo em alguma prática de ensino, também não me lembro do nome “Matty” aparecer em qualquer post meu... Agora, escola da vida, bom, nessa estamos todos.

sábado, 18 de abril de 2009

nenhum vintém

Assisti na quinta-feira uma peça incrível escrita pelo romeno Matei Visniec e encenada pelo TrapDoor Theatre. O trabalho recebeu críticas ótimas e de fato merece cada uma delas. "Horses at the Window" é composta por três vinhetas nas quais sempre o homem vai para a guerra. Na primeira é a história de uma mãe e filho, depois filha e pai e por último, um casal. Depois de cada partida, chega de um homem de branco informando que a pessoa morreu.
O texto e a interpretação são carregados de absurdos, como deve ser para quem vive um tempo de guerra mesmo. Fica evidente o desencontro das necessidades e medos de cada dupla de personagens. As interpretações são fenomenais e extremamente físicas. O TrapDoor é conhecido por seu trabalho de fisicalidade extenuante. São pra mim um sopro de vitalidade na cena teatral realista da cidade.
Em suma, fiquei babando.
Porém, quando terminou a performance, a diretora da companhia - e também atriz - Beata Pilch comenta que o TrapDoor não tem condições de pagar seus atores, e estavam aceitando doações.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Em suma, fiquei chocada.
Tá certo que o teatro deles é pequeno (acho que 50 lugares, o que é comum pra Chicago) e com a bilheteria eles devem apenas conseguir cobrir os custos de funcionamento. Aqui também é normal não se ter muito patrocínio cultural... Mas porra! Uma companhia com esse talento, 15 anos de palco, vários prêmios... e os atores ali, sensacionais, dando absolutamente tudo de si e trabalhando absolutamente de graça.
Essa é a minha realidade aqui.
O teatro profissional nos Estados Unidos se divide em duas instâncias: sindicalizada (Equity), não sindicalizada. Apenas os teatros grandes, que são Equity garantem algum cachê ao ator. E eu, não sendo sindicalizada, mas já tendo feito mais de dez peças em teatro profissional, estou acostumada a geralmente não receber para trabalhar, sempre esperando que ali, na próxima oportunidade, vou ter meu big break, trabalhar para algum teatro mais bambambam e receber alguma compensação financeira.
Só que, o TrapDoor, apesar de não ser Equity, estava na minha lista de teatros bala. E caí na real de ver que, pelo visto, compensação financeira era pura fantasia da minha cabeça.
Ano passado eu já tinha tido uma reality call do gênero quando vi uma montagem muito inovadora e visceral da "Ópera dos Três Vinténs" feita pelo The Hypocrites, dentro do Steppenwolf (que é um teatro Equity, grande - mas eles estavam só usando o espaço pelo visto). Eram umas 30 pessoas e eu soube que ninguém estava recebendo cachê.
Eu não faço a menor idéia de como funciona cachê de teatro para ator no Brasil, mas sinceramente estou curiosa para saber como é.
O que mais me enlouquece é pensar que moro numa metrópole no país mais rico do mundo, dedicada ao teatro e as artes. E aqui nesta metrópole, mesmo sendo um ator sensacional, com anos de carreira, você trabalha apenas no amor.
Ou seja, tenho que repensar muita, mas muita coisa.

terça-feira, 14 de abril de 2009

mais um par de asas

Comecei um curso de dramaturgia. Para escrever dramarturgia.
Há uns três anos já que eu venho entretendo essa idéia. Aliás, tenho três peças já começadas, duas no computador e uma na minha cabeça. Isso sem contar um roteiro de longa que estou ajudando meu marido a escrever.
Enfim... essas coisas todas, essas histórias todas ficam povoando a minha cabeça, mas sendo über- indisciplinada, não sento no computador e abro meu final draft pra escrever.
Minto, tem uma peça com já 12 páginas, um belo começo e a promessa de uma história bem intrigante, onde empaquei. Não sei por onde ir. Depois que comecei a escrever a trama mudou... começou a me levar por caminhos que eu não estou sabendo acompanhar - e também morro de medo de fazer qualquer coisa piegas.
Depois então de três anos de muito debate interno, tomei coragem e me inscrevi no Chicago Dramatists. Uma vez por semana tenho aula, para me instrumentar, para fortalecer meu processo e exercitar a arte de escrever.
Estou vendo aí uma grande possibilidade pra mim. Primeiro eu tinha medo de começar a escrever, 'garrar gosto' e acabar parando de atuar. No entanto, tenho mais e mais lido blogs de colegas atores que também escrevem, e isso me estimula.
Ainda não posso sequer pensar em escrever algo para mim mesma. Assim que me imagino num determinado papel, imediatamente, pinta uma censura. Começo a editar minha criação. Acho péssimo isso. Quero que meu escrever seja meu escape, o terreno para a expressão desvairada da minha criatividade. Óbvio que pretendo lapidar e editar, mas não dá pra fazer isso enquanto acesso o lado rico da minha psiquê, sob o risco de empobrecer meus temas. Cada coisa a seu tempo.
Antes de tudo, preciso parir essas histórias. Tirá-las de mim. Assim, do lado de fora, posso avaliá-las, analisá-las e decidir se elas tem condição e qualidades para irem adiante. Talvez algumas delas simplesmente precisem vir à luz para abrir espaço para outras histórias aparecerem. Ainda não sei. Mas agora estou decidida a descobrir.
Também me dei conta de uma coisa maravilhosa: escrever é um ofício que vai aliar minhas duas formações, combinando de forma absolutamente complementar, o jornalismo com o teatro, a arte de escrever com a arte de interpretar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

workshop gratuito pra quem está em SP

Mesmo anos depois de eu ter parado de trabalhar com televisão, eu ainda sigo na lista de vários divulgadores culturais. Muitas vezes fico sabendo de eventos, espetáculos, ou cursos que parecem superbacanas, mas não tenho muito o que fazer com a informação.
Portanto, decidi que vou começar a repassar algumas dicas aqui na minha querida GreenRoom.
Até porque foi via email que fiquei sabendo do espetáculo Sexo Verbal, em São Paulo. Na noite que cheguei no Brasil, em janeiro, fomos eu, Rodrigo e o queridíssimo Leandro Bier assistir e foi ótimo.
Aí vai, então, uma dica pra quem curte movimento. Aliás, adorei a palavra "coreodramaturgrafia".
Me lembrou algo que a Marta Cotrim disse no workshop de Máscara Neutra que fiz com ela na CAL. Marta falava que há três tipo de ator, não excluindo que uma mesma pessoa possa usar mais de um estilo: o ator que interpreta, o ator-dramaturgo (que improvisa) e o ator-cenógrafo (teatro-físico).


WORKSHOP GRATUITO

COM INTEGRANTES DA CIA. CORPOS NÔMADES
De 14 a 18 de abril de 2009 – inscrições por e-mail: ciacorposnomades@gmail.com, encaminhar o currículo em anexo.
Aulas de criação e técnica em dança contemporânea, partindo da linguagem que a Cia. Corpos Nômades investiga e desenvolve: o corpo/intérprete, sampleamento de movimentos, imagens e sons, a improvisação como processo cênico e a idéia sobre coreodramaturgrafia, utilizando como inspiração o espetáculo Hotel Lautréamont – Os Bruscos Buracos do Silêncio, em cartaz no O Lugar, sede da Companhia (Rua Augusta, 325)
De terça a sexta, das 17h30 às 20h00, sábado das 15h00 às 17h30 (ateliê coreográfico). No sábado, às 16h00, os participantes mostrarão ao público o resultado do trabalho alcançado nesses encontros.
CIA. CORPOS NôMADESDireção João Andreazzi Telefax: 55-11-3237-3224 O LUGAR - Cia. Corpos NômadesRua Augusta, 325 - São Paulo - Brasil
www.ciacorposnomades.art.br
ciacorposnomades@uol.com.br
ciacorposnomades@gmail.com

quarta-feira, 8 de abril de 2009

quem desdenha quer comprar

Continuo nos ensaios de Unsung Stars. É meio estranho pra mim fazer todo esse processo sem ter uma data definida de estréia.
A diretora está em negociação com o planetário, para fazermos a temporada lá. Seria perfeito pelo trabalho ser todo a respeito de astronomia, e também porque atingiríamos um público muito maior, não necessariamente público de teatro.
Como já participei do processo criativo desse espetáculo em 2007, quando ajudei a escrever, vários dos pontos que estamos explorando agora são total dejá-vu pra mim.
Embora eu tenha ganho desta vez uma nova personagem, o que dá um colorido todo novo e me abre a possibilidade de milhares de novas descobertas e explorações a respeito dela, eu me encontro meio enjoada no momento.
Não sei o porquê disso.
Todo processo de ensaio, eu fico super empolgada no começo e quando estamos perto da estréia. Mas durante... tem sempre uma baixada de onda, de energia. Fico me enrolando pra ir aos ensaios, me faço de aborrecida pra sair de casa.
Não que eu chegue atrasada. E não que meu aborrecimento dure além do marco da porta do estúdio da Moving Dock.
Assim que entro lá, sempre acabo me divertindo. Adoro encontrar as pessoas e sem dúvida me dedico ao trabalho que estamos fazendo.
Na verdade, tem muito a ser feito ainda. Os textos estão mudando, as cenas estão mudando - são as vantagens de um trabalho que parte do ator.
Isso me lembra um pouco 'tomar banho' quando eu era pequena. A mãe gritando no pátio, chamando, e eu me escondendo, enfiada no miolo de um limoeiro, me enrolando e fazendo de tudo pra não ir. Mas depois que entrava embaixo do chuveiro, como toda criança, brincando com sabão e xampu, esquecia que tinha hora pra sair.